Portal da Cidade Brusque

CORONAVÍRUS

Saiba quais foram as pandemias mais letais da história

Desde muito tempo há registros de surtos que afetaram uma grande parte da população ao mesmo tempo

Publicado em 19/03/2020 às 22:02
Atualizado em

(Foto: Getty Images)

Com mais de 200 mil casos confirmados no mundo e ao menos 8 mil mortes, o surto de COVID-19, declarado pandemia pela Organização Mundial da Saúde, desatou uma crise global como há muito tempo não se via.

Entretanto, a história pode nos ajudar a pôr em perspectiva o que está acontecendo. Apesar da gravidade desta pandemia originada na China em novembro de 2019, ela ainda está longe de ser a mais letal da história. A seguir, relembramos as pandemias mais significativas já registradas.

Peste antonina (165-180): 5 milhões de mortes

Quanto mais voltarmos no tempo, menores são as precisões que temos sobre as doenças e suas gravidades. Porém, há evidências históricas que são mais que suficientes para saber que a peste antonina foi devastadora em seu tempo. A infecção surgiu no Império Romano após o regresso de tropas que haviam combatido no Oriente Médio. Acredita-se que a doença pode ter sido varíola ou sarampo, mas não há um consenso entre os historiadores.

É conhecida como peste antonina pelo nome da dinastia vigente em Roma na época. De fato, há indicios de que o imperador Lucio Vero, que governava em conjunto com seu irmão adotivo Marco Aurelio, morreu no ano 169, vítima desse mal. Atualmente se estima até 5 milhões de mortos, o que a converteria na sétima pandemia mais letal da história.

Praga de Justiniano (541-542): 30-50 milhões de mortes

O principal local afetado pelo surto foi Constantinopla —atualmente Istambul—, capital do Império Bizantino (Império Romano do Oriente). A origem veio dos ratos que chegavam nos barcos mercantes provenientes de diferentes locais. Esses ratos estavam infestados de pulgas infectadas.

O Imperador Justiniano I também contraiu a doença, mas sobreviveu. Calcula-se entre 30 e 50 milhões de mortes como consequência da pandemia. Isso a torna a quarta maior da história.

Epidemia de varíola japonesa (735–737): 1 milhão de mortes

Desenvolveu-se no contexto de intercâmbios crescentes entre Japão e o continente asiático, que deu lugar a outras epidemias. Iniciou em 735 na cidade de Dazaifu, após pescador japonês a contrair na Coréia. A doença se propagou rapidamente e afetou a maior parte de da ilha, onde morreu cerca de um terço da população.

Peste negra (1347-1351): 200 milhões de mortes

Considerada a pandemia mais mortífera e com o impacto mais duradouro na história da humanidade. Se crê que o surto começou na Ásia Central, e aí passou pela Rota da Seda até chegar à península de Crimeia —disputada entre Rússia e Ucrânia na atualidade— em 1343. Hospedada nas pulgas dos ratos, se espalhou por toda Europa usando como meio de transporte os barcos dos comerciantes;

Há uma divergência sobre os números. Os mais conservadores defendem que matou 30% da população europeia, porém, as mais audazes dizem que até 60% pôde haver morrido como resultado da pandemia. A Europa tardou 200 anos para recuperar seu nível anterior de habitantes, embora algumas regiões, como Florência, tardaram até o século XIX.

Varíola (1520): 56 milhões de mortes

Era uma doença desconhecida no continente americano, mas chegou com os europeus. Foi introduzida primeiro no qu atualmente é o México pelos espanhóis e foi determinante na queda do Império Azteca. É considerada a segunda maior pandemia da história, e estima-se que matou até 90% da população nativa americana.

Grandes pestes do século XVII (1600): 3 milhões de mortes

Foram distintos surtos de peste bubônica que tiveram diferentes epicentros ao longo do século. Um dos mais significativos foi a grande peste de Londres, que durou de 1665 a 1666, e foi a última grande epidemia de peste bubônica na Inglaterra.

Grandes pestes do século XVIII (1700): 600 mil mortes

Foram diversas epidemias que surgiram em distintos países. A mais importante foi a peste russa de 1770-1772, também conhecida como a peste de 1771. Morreram entre 52 mil e 100 mil pessoas somente em Moscou, cuja população reduziu-se em um terço.

Cólera (1817-1923): 1 milhão de mortes

A falta de tratamento dos excrementos humanos e a ausência de água potável são os principais responsáveis pela propagação da cólera. Entre 1817 e 1923 se produziram as seis pandemias desta doença em distintos pontos do continente asiático.

A terceira peste (1855): 12 milhões de mortes

A terceira pandemia de peste bubônica surgiu em Yunnan, na China, durante o quinto ano do imperador Xianfeng da dinastia Qing. Espalhou-se por todo o mundo, embora nenhum outro lugar sofreu um impacto tão mortífero como a Índia, que teve 10 milhões de mortos. É a sexta pandemia mais letal da história.

Febre Amarela (final dos anos 1800): 100 mil – 150 mil mortes

Os cientistas consideram que originou-se na África, com transmissão entre primatas e humanos. O vírus e seu transmissor, que é o Aedes aegypti, uma espécie de mosquito, foram levados ao continente americano por barcos de comércio de escravos. Durante o século XIX se produziram importantes surtos na América e na Europa. 

Foto: Wikipedia

Gripe espanhola (1918-1919): 40-50 milhões de mortes

Foi a primeira pandemia causada pelo vírus da gripe, o H1N1 e tornou-se a terceira mais letal da história da humanidade, devido a taxa de mortalidade muito superior a habitual. Se estima que infectou 500 milhões de pessoas em todo o mundo, em torno de 27% da população mundial. 

Foto: Shutterstock

Gripe russa (1889-1890): 1 milhão de mortes

O vírus gripe A subtipo H2N2 se encontra nas aves y, segundo alguns investigadores médicos, surgiu pela primeira vez na Rússia em 1889.

VIH/AIDS (1981-atualidade): 25-35 milhões de mortes

A Aids é causada por um vírus de imunodeficiência humana que se originou em primatas na África central e ocidental a princípio do século XX. Atualmente há 37,9 milhões de pessoas que estão infectadas com VIH em todo o mundo, e só em 2018 morreram 770 mil pessoas por esta doença. A África subsaariana é a região mais afetada, e 61% das novas infecções tem origem ali.

Gripe Suína (2009-2010): 200 mil mortes

Foi a segunda pandemia causada pelo vírus da gripe H1N1, cquase um século depois da gripe espanhola. Se originou quando os vírus das gripes aviária, suína e humana se combinaram com um vírus da gripe suína euroasiática, razão porque é conhecida como Gripe Suína.

O surto apareceu em porcos de uma região do México, e a partir de aí se propagou. Estima-se que entre 11 e 21% da população mundial de de então contraiu a doença. 

Ebola (2014-2016): 11.300 mortes

É uma febre hemorrágica viral que afeta os humanos e outros primatas. Em 2014 houve o surto mais generalizado da doença na história. Os primeiros casos se registraram em Guiné, em dezembro de 2013, e se espalhou para a Libéria e Serra Leoa, onde causou devastadores efeitos humanos e materiais. A taxa de mortalidade entre os pacientes hospitalizados chegou a ser de entre 57 e 59 por cento. 

Foto: Shutterstock

Fonte:

Deixe seu comentário