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TURISMO ECOLÓGICO

Guabiruba se torna destino de ecoturismo durante pandemia

Em busca de lazer sem aglomeração, catarinenses fogem das praias e buscam refúgios em pousadas guabirubenses

Publicado em 20/05/2021 às 22:27
Atualizado em

(Foto: Reprodução)

(Foto: Reprodução)

Para quem planeja viajar e fugir das aglomerações, os espaços em meio a natureza se tornaram uma das melhores opções para relaxar o corpo e a mente, em segurança, durante a pandemia da covid-19.

Por proporcionar um contato direto com o meio ambiente e ao ar livre, a prática do turismo ecológico em Guabiruba, se tornou uma das alternativas mais procuradas por visitantes e moradores, desde o início da pandemia, uma vez que a cidade oferece diferentes opções.

De acordo com o Secretário do Turismo de Guabiruba, Andrei Muller, o Plano Municipal de Turismo, o qual a secretaria desenvolve desde 2017, fez com que a cidade se desenvolvesse notoriamente, antes e durante a pandemia.

“Houve um crescimento muito grande na procura por atrativos naturais da cidade e essa demanda aumenta ainda mais quando novas restrições de entretenimento são impostas no município e região”, diz.

Apesar da demanda por espaços em meio a natureza crescer neste período, o município já se destaca entre os diversos pontos turísticos brasileiros. Ainda em 2019, Guabiruba foi contemplada com o certificado do Programa de Regionalização do Turismo, do Ministério do Turismo. Do total de 295 município que compõe Santa Catarina, Guabiruba está entre as 177 cidades que possuem o diploma.

Para facilitar estratégias de investimentos para o setor turístico dessas cidades, o Ministério do Turismo dividiu os municípios de A a E. Nesta classificação o órgão leva em consideração diversos fatores, tais como estrutura e quantidade de emprego na rede hoteleira, bem como a quantidade de turistas nacionais e estrangeiros que visitam o lugar.

Novo mercado para o turismo

Por proporcionar atividades físicas e mentais em meio a natureza, o turismo ecológico oferece sobretudo saídas seguras e saudáveis desde que tomados todos os cuidados necessários.

E para atender a alta demanda do município, a rede hoteleira teve que se reinventar para receber os hóspedes que buscam ficar mais próximos ao meio ambiente. Como é o caso do Hotel Rural Sítio do Sol, localizado no bairro Aimoré.

De acordo com a proprietária, Malu Giusto, devido a pandemia, o perfil do público que procura o lugar mudou e com isso os serviços oferecidos também sofreram alterações.

“A pandemia veio para modificar muitas coisas, prova disso é o perfil do público que nos procura. Hoje, a grande maioria são casais que buscam reconciliação. Por conta disso nós reelaboramos nossos serviços e começamos a fazer pacotes românticos, coisa que nunca havíamos feito antes”, conta.

Ela ainda explica que as pessoas que escolhem o hotel buscam respeitar as regras de prevenção, mas também querem estar em meio a natureza e ao ar livre.

“Temos recebido pessoas de cidades vizinhas como Navegantes, Itajaí, Florianópolis e muitos moradores de Brusque que também procuram relaxar”, conta.

Entre os resultados do aumento da demanda em atrativos naturais também está o desenvolvimento de novas infraestruturas. De acordo com o secretário de turismo, desde o início da pandemia três novas pousadas abriram as portas com o intuito de atender pessoas que buscam por experiências em meio a natureza, como é o caso da pousada Canto do Dragão, localizada no bairro São Pedro.

De acordo com a psicóloga e proprietária, Fabiane Maria Schaefer Baron, as pessoas procuram se desligar da rotina corrida do dia-a-dia e encontram em meio a natureza, momentos de calma e tranquilidade.

“Antes as pessoas fugiam do campo por tudo ser tudo muito agrícola e iam para os centros urbanos. Hoje, a necessidade é se desconectar disso tudo”, revela.

Em espaços como o de Fabiane, assim como a decoração e a alimentação, a prestação de serviço deve estar alinhada à responsabilidade ambiental e a realidade do local onde está inserida.

Para conscientizar os hóspedes sobre as questões que envolvem o meio ambiente, a pousada utiliza os recursos disponíveis oferecidos pela natureza e não possui energia elétrica.

“Aqui, nós usamos a energia solar e por isso não tem televisão, nem forno elétrico, nem micro-ondas e não é permitido ligar secador de cabelo. Então é um ambiente onde as pessoas se desconectam de toda essa questão de eletricidade e modernidade”, afirma.

Ecoturismo responsável

Há algum tempo Guabiruba está se tornando referência no turismo de natureza na região, devido ao desenvolvimento organizado e pautado nos trabalhos conjuntos entre poder público e sociedade civil.

Segundo o presidente da Associação de Ecoturismo, Preservação e Aventura do Vale do Itajaí (ASSEPAVI), Ivo Leonardo Schmitz, o município e a sociedade enxergaram o turismo como uma ferramenta de captação financeira e preservação do meio ambiente.

“O maior ponto positivo com certeza é a geração de renda, pois as pessoas consomem o município, seja uma bebida no comércio de estrada, um lanche na padaria, um almoço no restaurante e até estadias em hospedagens, já que para conhecer tudo que Guabiruba oferece, são necessários diversos dias”, relata.

Porém, Schmitz alerta que a presença do poder público é essencial nesta caminhada, uma vez que o órgão gestor é orientador no desenvolvimento sustentável do município.

O presidente também aponta questões importantes a serem cuidadas quanto a alta no número de pessoas que visitam lugares naturais.

“O segredo é pulverizar esta demanda entre os diversos atrativos, gerando uma oferta rica para que possamos ter diversificação e gerar um impacto ambiental reduzido”, finaliza.

Por Vanessa Fagundes


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