Portal da Cidade Brusque

No Dia do Escritor, conheça brusquense de 18 anos de idade que possui milhares de seguidores na internet

Vitor Hochsprung nutre verdadeira paixão pela escrita e nos conta a sua história nesta reportagem especial

Publicado em 24/07/2017 às 21:39

Foto: reprodução/Facebook

“O que eu quero passar para o meu público é eu. Eu quero passar a minha imagem, quem eu sou e o que está dentro do meu coração. Acho que é essa a função e o ‘superpoder’ que o escritor tem. Conseguir se fotografar em formas de letras; a própria alma na forma da escrita. Quero passar quem sou de verdade e o que quero dizer”. O depoimento acima não é de uma pessoa que carrega nas costas a experiência de uma longa vida. O dizer é, sim, do jovem Vitor Hochsprung, brusquense de 18 anos de idade. Alguém que acabou de alcançar a maioridade, mas que, mesmo assim, não tem medo de expressar tudo o que sente na forma de belas e prestigiadas poesias. No Dia do Escritor, lembrado neste 25 de julho, iremos conhecer a história promissora de Vitor, que nutre verdadeira paixão pela escrita e pela literatura. 

Sua história com a escrita começa muito cedo. Não é exagero dizer que começou, de fato, muito, muito cedo! Quando apenas um bebê, seus pais receberam a impactante notícia dos médicos de que a criança iria crescer com atrasos na aprendizagem. Tentando reverter o prognóstico dos especialistas,  os papais, até então de primeira viagem, Cassia e Evandro Hoschprung, trataram de encher o recém-nascido com brinquedos lúdicos, repletos de números, letras, e atividades que incentivavam o seu raciocínio lógico. Apesar disso, coube ao seu avô Roberto, ou Beto, já falecido, as primeiras letras, as primeiras sílabas e as primeiras palavras escritas em um papel. “É uma pessoa que eu devo eterna gratidão, pois, me ensinou a fazer aquilo que eu mais amo. Eu tinha três anos quando isso aconteceu. Então, a criança que era para ser atrasada, acabou se adiantando um pouco”, diz, orgulhoso, o jovem morador da Travessa Lagoa Dourada. A partir daí, o que eram apenas rabiscos com certo potencial, foram, pouco a pouco, se transformando em bilhetinhos e cartas para os avós e pais. Desde pequeno mostrando afeto através da escrita, Vitor acredita que estava destinado a ter essa grande paixão. 

Outro episódio determinante para a construção da personalidade do escritor aconteceu, também, na infância. Foi quando sua mãe lhe mostrou um caderno de poemas e poesias, todas de sua autoria, escritos durante a sua adolescência. “Comecei a ver a escrita de outra forma. Vi que não servia só pra mandar bilhetinhos. Comecei a enxergar a escrita muito mais como forma de expressar o que somos de verdade. A partir daí comecei a escrever de tudo. Uma criança de sete anos escrevendo poemas. Imagina o que saía disso daí (...) escrevia num caderno do Homem-Aranha poemas sobre jogar bola, sobre as festas dos meus amigos”, brinca. É possível dizer, sem nenhum medo de errar, que o rapaz faz parte dos poucos casos de pessoas que não mudam o seu ‘o que você quer ser quando crescer’ com o passar dos anos. Para ele, sempre foi escritor.

Continuando a grande responsabilidade que está sendo para este repórter escrever esta matéria (afinal de contas, olha só quem vai avaliar, né?), falemos agora da atuação do jovem escritor nas mídias sociais e na internet. Para ele, atingir esse público é e por um bom tempo será uma de suas principais metas. Segundo Vitor, isto permite quebrar o grande tabu existente na sociedade, que rotula como escritor apenas as pessoas que possuem publicações lançadas em meio tátil. Não bastando, o livro tem de ser um best seller. “Não é bem assim. Tem muita gente escrevendo e muito bem na internet e em outras plataformas. De maneira nenhuma desmerecendo a literatura de papel, até porque já lancei livros com outros autores. Porém, é na internet que eu me encontro, que eu vejo mais eu (...) gosto mais da internet por causa da interação com o meu público. Tu posta o texto, o cara já vai lá e curte, a menina já vai lá e comenta, marca o namorado ou namorada, vai compartilhando com os amigos e é uma interação muito instantânea. É muito rico (...) a gente tem um feedback enorme e consegue se reconstruir como artista”, continua o dono da página Vitor Hochsprung no Facebook, que já mantém mais de sete mil seguidores.

Trabalhos lançados

O escritor já possui duas antologias lançadas. Uma com o grupo Jovens Escritores, de Brusque, formandos de um curso do Coletivo Hiato, e, agora, mais recentemente, um livro de poesias em conjunto com a página 946-poesia, também da rede social mais famosa do mundo. Para o futuro, nosso personagem de hoje, estudante de Letras da Universidade Regional de Blumenau (FURB), almeja ser um profissional completo. “Quero ser pesquisador, professor, escritor… (risos)”, complementa.

Dia do Escritor

Se pararmos pra pensar, há um bom motivo para comemorarmos o Dia do Escritor atualmente? O que enxergamos a nossa volta, o desinteresse cada vez mais latente de grande camada da população na literatura ou em qualquer tipo de arte, não é passível de uma grande reflexão? Para o jovem, não é bem assim. “Já passou o tempo de que a escrita era só os livros. Este desinteresse é só porque elas não estão mais tão interessadas nos livros. Realmente é visível que as máquinas substituíram o lugar dos livros nas mãos das pessoas, principalmente aqui no Brasil (...) realmente as pessoas não lêem mais livros como antigamente. Mas pensa comigo: tudo evoluiu. Porque não deixamos a escrita evoluir também? Apenas com um clique, consigo curtir conteúdo poético diariamente, consigo páginas que vão me trazer conteúdo literário on-line, livros, histórias contadas dia-após-dia… A gente tem que deixar a literatura evoluir também. Temos motivos para comemorar, sim”.

Agradecimentos

Hochs, como é conhecido carinhosamente, se considera um eterno aprendiz. Por isso, não mediu sinceras palavras para homenagear alguns colegas de escrita, mentores intelectuais de sua jornada, que está apenas começando. São eles Lucas Schlemper, Rafael Zen, Guilherme Müller, Lieza Neves e Silvia Teske. “São pessoas que me deram um curso de um ano de uma maneira muito intensa. Tenho muito respeito por estas pessoas que me deram ensinamentos muito bons”, finaliza.

Fonte:

Deixe seu comentário