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Multicampeão, brusquense tem carreira exitosa no vôlei

Treinador no Oriente Médio, ex-atleta divide atenções entre o Al Rayyan, do Catar, e a Seleção Brasileira

Publicado em 23/01/2020 às 05:55
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(Foto: Arquivo pessoal)

Cinco países diferentes, diversos títulos e uma vida dedicada ao voleibol. O ex atleta e hoje treinador brusquense Carlos Schwanke tem um currículo de respeito no esporte, com diversos títulos e passagens por importantes clubes no Brasil e no exterior. Hoje, vive no Catar, onde treina o Al Rayyan.

Início no vôlei
Mas poucos sabem que essa carreira consagrada iniciou por uma situação incomum. “O que me levou a prática do voleibol foi um sobrepeso que eu tinha na época de adolescente. Tinha acabado de me recuperar de uma fratura na perna e o médico me aconselhou a praticar algum esporte. Lembro que meus amigos do Colégio Cônsul praticavam vôlei e eu me aventurei”, revela.

Apesar do início difícil, Schwanke foi beneficiado pela altura e aos poucos foi evoluindo, até deixar a cidade em busca de melhores estruturas de treinamento. Primeiramente, dentro de Santa Catarina, até profissionalizar-se no Minas Tenis Clube, de Minas Gerais. O vôlei virava coisa séria e uma trajetória em alto nível por clubes de destaque e Seleção Brasileira iniciava.

Seleção

 Pelo selecionado, disputou a Liga Mundial em 1994 e 1995, e a Olímpiada de Atlanta, em 1996. “Jogar a olimpíada de Atlanta foi a realização de um sonho. Em 1992, quando o vôlei ganhou o primeiro ouro olímpico, eu era das categorias de base da seleção. Então, ver eles jogando e vencendo alimentou uma vontade muito grande de estar lá também. Nos anos seguintes, fomos campeões mundiais juvenil e logo em seguida fui chamado para atuar na seleção principal. Chegar até a olimpíada foi um caminho árduo e precisou de muito treinamento”, relembra.

O ex central considera que o único título faltante na carreira foi o mundial adulto. Nas categorias de base, o título veio no infanto e depois no juvenil.

Um novo início

A carreira de sucesso foi encerrada em 2008, com 34 anos. Após sucessivas lesões no joelho, Schwanke decidiu parar de jogar. Entretanto, o vôlei seguiu sendo seu parceiro de vida. A liderança natural nos tempos de jogador, o fez receber o convite para ser auxiliar técnico na Cimed, antiga equipe de Florianópolis, onde conquistou três títulos nacionais e o sulamericano, além de participar do Mundial de Clubes.

Oriente Médio

Após a passagem vitoriosa pela Cimed, Schwanke comandou Amriswil (Suíça), Montes Claros (MG), Al Hilal (Arábia Saudita), Dar Kulaib (Bahrein) e seleção do Bahrein, até desembarcar em Doha, no Catar para assumir o Al Rayyan.

Há sete anos no Oriente Médio, se diz totalmente adaptado a cultura e ao estilo de vida do país. “Minha vida no Qatar é ótima. Tenho uma das melhores equipes da Ásia na minha mão, em três anos já conquistamos 12 campeonatos. A cada ano disputamos campeonatos mais fortes e acabamos de jogar o Mundial de Clubes, um dos torneios de mais prestígios do mundo”, orgulha-se.

Entretanto, Schwanke diz que apesar do esporte no país tenha expressão por conta dos resultados, o público geralmente fica aquém do esperado. “Sentimos um pouco a falta de público nos ginásios de jogos. A estrutura é satisfatória em termos de Oriente, mas não se compara ao Brasil e outros países onde o vôlei é mais forte”, aponta.

Volta à seleção

No ano passado, ele foi designado auxiliar técnico da seleção masculina, onde foi responsável pela análise dos adversários, criação de estratégias e treinamentos, além de aprimorar o bloqueio da equipe treinada por Renan Dal Zotto. A seleção conquistou o título da Copa do Mundo de Vôlei ao derrotar a Polônia na decisão. “Trabalhar na comissão técnica da seleção principal é mostrar a eu mesmo que tudo o que imaginei quando encerrei a carreira de atleta foi acertado. Saí do Brasil para trabalhar, pois o mercado de técnico é bem fechado e na maioria dos casos paga pouco. Então, a viagem em busca do meu espaço profissional foi no exterior, mas sempre sonhando em voltar ao Brasil. A oportunidade chegou e é uma honra enorme fazer parte de um grupo vitorioso como este. A gratidão de estar nesta equipe foge do contexto e quero acrescentar o que eu puder para fazer este time mais forte ainda e continuar conquistando seus objetivos”, afirma.

Laços com Brusque

Schwanke revela que costuma vir até a cidade natal quando vem ao Brasil. Porém, a agenda cheia devido ao trabalho no Al Rayyan e na seleção tornaram as visitas à Brusque mais escassas. “Antes da seleção, tinha um período maior de férias. Agora, eu acabo a temporada de clubes num dia e no outro já me apresento aos trabalhos. Gostaria de ir mais até Brusque, mas entendo que este momento é de grande importância na minha carreira e estou me doando ao máximo a isso”, finaliza.


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