A comissão processante que investiga a denúncia envolvendo o vereador suspenso Jocimar dos Santos (DC) na Câmara de Brusque iniciou as oitivas nesta sexta-feira (19). O primeiro ouvido foi o denunciante, Eder Leite (DC), suplente de Jocimar. A comissão é formada pelos vereadores Jean Dalmolin, Rogério dos Santos e Nik Imhof como presidente.
O vereador foi preso em flagrante no dia 30 de novembro por ser suspeito de praticar o esquema de rachadinha. No momento da prisão, Jocimar estava com Eder em frente ao Banco do Brasil, no centro de Brusque, enquanto recebia parte do salário do suplente. Na época, Eder ocupava a cadeira na Câmara de forma provisória, enquanto Jocimar estava de licença. O vereador foi solto após pagar fiança e teve o mandato suspenso pela Justiça.
A primeira oitiva aconteceu na Câmara Municipal com a presença de Jocimar, que estava acompanhado do advogado Richard Olivette.
No início do depoimento, Eder relatou a situação que foi levada ao Minitério Público e apresentou áudios de conversas gravadas com Jocimar. Confrontado pela defesa, que afirma que houve um plano para incriminar Jocimar, Eder negou a hipótese e também afirmou que nem a esposa e nem o vereador Rodrigo Voltolini (DC) tiveram qualquer participação.
Ao vereador Rogério dos Santos (Republicanos), Eder respondeu que não tem provas de que Jocimar cobrava 50% do salário.
Durante a oitiva, Eder disse que nem ele e nem a esposa sabiam, no início, que o esquema de rachadinha era um crime. Mas que ficou magoado de ter que entregar parte do salário a Jocimar para assumir a cadeira de vereador na Câmara.
O vereador Nik Imhof (MDB) questionou se Eder sabia se havia um acordo já existente para os suplentes ocuparem as cadeiras de vereador titular em algum momento do mandato. Eder respondeu que conhecia a prática mas que não sabia da existência de pagamento de parte do salário.
Uma pergunta de Nik Imhof culminou em uma discussão entre Eder e o advogado de Jocimar, Richard. O vereador perguntou ao depoente se já tinha recebido alguma ajuda financeira de Jocimar, e Eder negou. Nik prosseguiu falando sobre um carro que Eder tinha, o qual o conserto teria sido pago por Jocimar.
No momento de fazer os questionamentos ao depoente, o advogado insistiu na pergunta sobre as supostas ajudas a Eder, e ele seguiu negando.
O advogado, então, citou sobre a recomendação da esposa de Eder a um cargo na prefeitura. “Ele [Jocimar] não precisava recomendar sua esposa. Ele ajudou o senhor e a sua família”. Ao advogado, Eder respondeu que como suplente tinha direito e méritos próprios.
Próximas oitivas
Nos dias, 22, 23 e 24 de janeiro acontecem as próximas oitivas sobre o processo do pedido de cassação de Jocimar. Ainda serão ouvidos testemunhas indicadas pela comissão, os agentes policiais que efetuaram a prisão, o delegado Alex Bonfim Reis, que lavrou o auto e prisão em flagrante, Silvana Fugazza, esposa de Eder Leite, e o vereador Rodrigo Voltolini (DC) citados na defesa, e Jocimar dos Santos.
