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INVESTIMENTO

Banco ou corretora? Onde é melhor investir? Economista dá dicas valiosas

Economista Wagner Dantas conta ao Portal da Cidade Brusque em quais situações o banco ou a corretora de valores podem ser mais intereessantes

Publicado em 06/05/2019 às 06:21

Enriquecer é fazer o dinheiro trabalhar por você. Certamente você já deve ter ouvido ou visto essa frase em algum lugar. Aquela velha ideia de utilizar a poupança para guardar o dinheiro e ganhar alguns poucos juros em cima já não é mais comprada por quem quer, de fato, fazer o dinheiro render. Afinal, a caderneta de poupança, além de render muito pouco, acaba desvalorizando aquele valor que você demorou tanto pra juntar. 

Colocar o dinheiro em fundos de investimentos, através de bancos e corretoras é uma ótima alternativa para fazer o dinheiro trabalhar e se multiplicar.  Mas na hora de escolher um deles pra decidir onde seu dinheiro vai, qual é a melhor escolha?

O economista, trader profissional e professor universitário, Wagner Dantas, esclarece algumas das principais dúvidas de quem decide começar a utilizar fundos de investimentos. Ele explica que tanto o banco quanto a Corretora de Valores são intermediários financeiros. No caso do Banco, particularmente aqueles que possuem a carteira de bancos comerciais, a tem como principal atividade captar recursos (investimentos dos clientes) para realizar empréstimos. As Corretoras de Valores, por sua vez, têm como papel principal a negociação de títulos do mercado financeiro por ordem dos seus clientes. 

“Pode-se dizer que a Corretora é ofertante de diversos tipos de investimento e o Banco é especialista na oferta de seus próprios produtos que apoiam o segmento principal. Compare a Corretora a uma loja de departamentos que vende diversas marcas de variados produtos e o Banco como uma loja de marca específica e exclusiva”. 

Para esclarecer ainda mais, Dantas elenca algumas principais diferenças sobre os bancos x corretoras

1º Opções de investimentos
Quando efetuamos o investimento através de um banco estamos comprando produtos criados pela instituição para captar recursos ou para fazer receita adicional através da administração de recursos. O problema é a quantidade limitada de produtos baseados na marca do banco. A corretora oferece produtos de diversas marcas e por isso consegue opções com baixo custo (por exemplo, taxas de administração em fundos de investimento).

2º Rentabilidade
Para conseguir rentabilidades acima da média do mercado em bancos é necessário um volume de recursos maiores que aqueles ofertados pela corretora. Um banco de primeira linha considerando aqui o seu principal título o Certificado de Depósito Bancário – CDB, dificilmente oferecerá rentabilidades acima da taxa de juros do mercado. Por outro lado, a corretora como oferta produtos de vários emissores, não é difícil encontrar bancos pagando acima da média do mercado.

3º Formas de atendimento
Tenho observado um interesse enorme por investimentos diferenciados nos últimos anos. Como o mercado tem atendido esses novos investidores? Os bancos me parecem ainda estão presos na década de 80 com os seus segmentos “diferenciados” e de alto custo. Para ser atendido de forma completamente diferenciada em um banco o cliente precisa de recursos acima de 1 milhão de reais e ainda pagar caro pelo serviço. As corretoras estão atendendo uma classe de investidores que antes apenas conheciam a caderneta de poupança e poucos o funcionamento dos CDB’s. Muitas corretoras prestam serviços que muito se assemelham ao atendimento dado nos segmentos de alta renda dos bancos sem cobrar mais por isso. Um exemplo é o grupo BRA Trade Solution, equipe de assessores da XP investimentos, que atendem via Whatsapp tirando dúvidas e ensinando o investidor sobre os mais variados investimentos com relatórios personalizados. O detalhe é que a corretora não cobra mais pelo serviço.

4º Vendas baseadas em metas
Talvez a maior crítica aos bancos hoje seja a necessidade de metas para seus funcionários. Os gerentes são vendedores que necessitam bater as suas metas de produtos em vários segmentos. Por esse motivo não são especialistas em nenhum deles. Vendem produtos inadequados às necessidades dos clientes. Exemplos são os consórcios, títulos de capitalização e previdência privada na modalidade não adequada. A corretora ganha de duas formas, uma através dos emissores que pagam uma comissão pela venda do produtos e a corretagem quando atuam como intermediárias financeiras, principalmente nos produtos da bolsa de valores. A crítica aqui recai sobre o incentivo exagerado de algumas corretoras para que os clientes operem o mercado, principalmente no chamado day-trade. Essa atividade deve ser exercida apenas por quem já possui certo conhecimento.

5º Acompanhamento do investimento
Nem o banco nem a corretora vai acompanhar o investimento depois de efetuado. Esse é um trabalho que cabe ao próprio investidor. A insegurança e a falta de conhecimento levam ao investidor principiante a pedir uma “ajuda” na hora de investir e solicita para que o profissional do mercado financeiro “faça para ele o trabalho”. Nem o gerente do banco ou o assessor de investimento estão autorizados a investir os recursos do cliente. O único profissional habilitado para isso são os gestores. As corretoras pela agilidade que possuem estão com vários canais educacionais e por isso atraindo cada vez mais clientes que aprenderam como cuidar dos seus recursos. Aqui na nossa cidade já foram mais de 300 pessoas que fizeram o curso comigo de como investir via corretora e diariamente aparecem novos interessados.

6º Custos para investir
Os bancos possuem tudo integrado, ou seja, abre-se a conta corrente e já há a possibilidade de se efetuar investimentos e operações em bolsa de valores diretamente do mesmo número de conta. Mas para isso cobram tarifas bancárias mensais, alto custo para usar as corretoras do banco e taxas administrativas mais elevadas em seus produtos de investimento. Para investir em uma corretora deve-se enviar uma Transferência Eletrônica de Disponível – TED de um banco em que possua conta, esse movimento eleva o custo de transação. Suponha que irá investir R$30,00 no tesouro direto se seu banco cobra R$7,00 de TED a operação não compensará. O mesmo raciocínio vale para outros títulos. Porém, recentemente temos diversos bancos digitais que não cobram tarifas e que podem ser uma alternativa excelente ao investidor que queira investir em uma corretora. Muitas corretoras não cobram taxa alguma na venda de títulos públicos, veja o link: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto-ranking-dos-agentes-de-custodia

Muitos bancos nem mesmo ofertam esse produto pois são concorrentes diretos dos CDB’s emitidos por eles.

Dica importante
Para quem é novo nesse mundo dos investimentos, Dantas dá uma dica valiosa: procurar uma corretora de valores pode ser bastante interessante, ainda mais porque dessa forma o investidor vai conhecer mais sobre o mercado. 

“O aprendizado obtido na busca do melhor investimento alfabetizam o investidor, o menor custo e as variadas opções aumentam a possibilidade de retorno e a diversidade de instituições emissoras diminui o risco do investimento. A dica é aumentar o conhecimento financeiro e não ficar preso a uma única instituição financeira. O mercado financeiro no Brasil possui diversos produtos, mas a maior parte da população ainda não conhece a maior parte”, destaca. 

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