Já não é de hoje que a Prefeitura de Brusque comete trapalhadas jurídicas. Em mais uma delas, o drive-in que seria realizado pelo Brusque Futebol Clube nesta quinta-feira (9) acabou sendo proibido após parecer interno da Procuradoria-Geral do Município.
Para quem não sabe ainda, o evento aconteceria no estacionamento do Pavilhão da Fenarreco. Lá, os torcedores, de maneira segura e dentro de seus carros, iriam assistir a reestreia do Bruscão diante do Joinville, pelas quartas-de-final do Campeonato Catarinense de Futebol.
Aos “45 do segundo tempo”, porém, a agremiação esportiva foi surpreendida com a cassação dos alvarás que autorizavam a transmissão. O motivo alegado foi o aumento dos casos de coronavírus na cidade.
Enquanto no resto do mundo os drive-ins voltaram a ser um modelo real de negócio, ao menos durante a pandemia da covid-19, em Brusque me parece que os automóveis começaram a transmitir o famigerado vírus (antes da patrulha chegar, isso é apenas uma figura de linguagem).
Se a decisão é extremamente contestável por um lado, por outro ela se torna ainda mais absurda pela falta de critérios. O famoso dizer “dois pesos e duas medidas” nunca fez tanto sentido.
Ok. Curtir um "futeba" dentro da segurança de um carro não pode. Mas os botecos (nada contra eles estarem abertos, pois, quem me conhece sabe que sou favorável à abertura com cuidados respeitados) continuam lá, firmes e fortes.
Não bastante, num claro devaneio, a mesma Prefeitura que proíbe o drive-in do Bruscão (eu já mencionei que este evento iria ser realizado em prol da Laurinha, a menina com atrofia medular espinhal de Nova Trento?) é a mesma que permite que uma creche municipal realize um drive-thru julino para a comercialização de quitutes, conforme segue imagem de divulgação (também não tenho nada contra e desejo sorte aos organizadores). Cadê o critério, Arnaldo?
Me parece, sinceramente, coisa de quem acorda e se pergunta: como posso atrapalhar a vida de alguém hoje?
